quarta-feira, 30 de março de 2011

Segundo os behavioristas a aprendizagem é uma aquisição de comportamentos através de relações entre Ambiente e Comportamento, ocorridas numa história de contingências, estabelecendo uma relação funcional entre Ambiente e Comportamento


Ambiente: Comportamento → Reforço


Apresenta como principais características:

O indivíduo é visto como ativo em todo o processo.

A aprendizagem é sinónimo de comportamento adquirido

O reforço é um dos principais motores da aprendizagem

A aprendizagem é vista como uma modelagem do comportamento

Em algumas abordagens cognitivas, considera-se que o homem não pode ser considerado um ser passivo. Enfatiza a importância dos processos mentais no processo de aprendizagem, na forma como se percebe, seleciona, organiza e atribui significados aos objetos e acontecimentos.

É um processo dinâmico, centrado nos processos cognitivos, em que temos:




De uma perspectiva humanista existe uma valorização do potencial humano assumindo-o como ponto de partida para a compreensão do processo de aprendizagem. Considera que as pessoas podem controlar seu próprio destino, possuem liberdade para agir e que o comportamento delas é consequência da escolha humana. Os princípios que regem tal abordagem são a auto-direção e o valor da experiência no processo de aprendizagem. Preocuparam-se em tornar a aprendizagem significativa, valorizando a compreensão em detrimento da memorização tendo em conta, as características do sujeito, as suas experiências anteriores e as sua motivações.

O indivíduo é visto como responsável por decidir o que quer aprender

Aprendizagem é vista como algo espontâneo e misterioso.


Numa abordagem social, as pessoas aprendem observando outras pessoas no interior do contexto social. Nessa abordagem a aprendizagem é em função da interacção da pessoa com outras pessoas, sendo irrelevante condições biológicas.O ser humano nasce como uma 'tábula rasa', sendo moldado pelo contato com a sociedade.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem


O Site fala um pouco sobre o processo de aprendizagem na abordagem Behaviorista (tema do próximo texto a ser trabalhado em sala de aula) e fala ainda do processo de aprendizagem na abordagem de Vygotsky e Piaget.


Postado por Camila Guimarães.

segunda-feira, 28 de março de 2011



Pessoal, este Blog Crescendo e Aprendendo tem diversos vídeos:

http://www.crescendoeaprendendo.com.br/

Criança não vem com manual
O começo de tudo
Boa noite
Limites
Agenda de gente grande
A escolha da escola
Depressão infantil
Abuso Sexual
Educar para a responsabilidade
Olha o aviãozinho
Eu te odeio...
Falando daquilo
Morte
Palmada
Perdendo o trono
Falando de adoção
Medo de quê?
Separação
Ele que começou
Superproteção
Xixi na cama
Suborno e premiação
Brinca comigo
Será que ele é?

Quem tiver oportunidade todos os vídeos são interessantes!

Abraços.

Postado por Benilaura.

O que é ensinar? O que é aprender? (Eixo: Humanização)

Penso que ensinar e aprender tomando como foco a perspectiva humanizante é, primeiramente, relembrar Paulo Freire (1987) quando afirmou que os seres humanos nascemos INCONCLUSOS, INACABADOS. E que a nossa vocação seria nos tornarmos cada vez mais humanos, numa busca que Freire denominou de BUSCA PELO SER MAIS. Indiscutivelmente, segundo o educador, corremos o risco de nos perder, nessa busca, e nos afastarmos do processo de humanização e nos tornarmos homens e mulheres hominizados. Mas, a vivência de práticas e situações numa perspectiva humanizante, ao longo da vida, seria de fundamental importância na constituição do ser humano enquanto ser tentando se afirmar individualmente e no coletivo.
Pois bem, a partir desse processo de busca do ser mais e compartilhando com o pensamento de Souza (2006) quando afirma que a educação só ocorre de fato quando contribui para a nossa humanização, é que começo a pensar se realmente o modelo de educação a que estamos submetidos contribui para um viver realmente humano. E mais, se as práticas pedagógicas, vividas, sobretudo, com o advento da Escola, nos apontam para um contexto de relações humanas ou humanizantes.
Ora, o filme Como Estrelas no Céu explicitou claramente a dinâmica de ensino e aprendizagem dentro de uma prática Desumanizante (preconceitos, humilhações, não acolhimento e incompreensões) e, posteriormente, com a atuação de um professor de artes, uma dinâmica de acolhimento, afetividade e valorização a partir das capacidades que cada um de nós traz. No caso do Ishaan, a ação desse professor foi decisiva para a sua inserção no grupo tanto da escola como na sua família. Uma prática que transcende o que temos vivenciado há muitos anos em nossas escolas.
Por isso, ensinar e aprender é muito mais que transmissão de conhecimentos, mas, numa dialética humana, é acolher, entender limitações, buscar soluções em conjunto e estimular nossos alunos naquilo que é peculiar (vocação) seu. Não temos que saber de tudo. Não precisamos saber de tudo, mas necessitamos identificar na vida aquilo que realmente seria a essência para a nossa vida dentro, é claro, de um contexto orientado e, sobretudo, humanizado. Então, penso que somos todos chamados (escola, educadores, comunidade, etc.) a uma mudança significativa em nossas práticas, sobretudo, quando pensarmos em acolhimento e identidade enquanto homens e mulheres buscando humanizar-se.

Paz e Bem,
Paulo Roberto

O Conhecimento Transforma....

...Se for construído pelo sujeito e se houver a interação contínua entre esse sujeito e a realidade que o cerca. Salienta Becker (2007, p.115) que "aprender é sempre um processo de reconstrução no qual o sujeito participa ativamente".
Por que para alguns educadores é tão difícil compreender e aceitar que o sujeito não é uma tábula rasa?? Não seria uma espécie de anulação do outro ou até mesmo uma prepotência acreditar que o outro é vazio e que só a partir das interferências que faz é que a aprendizagem de fato irá acontecer?
De acordo com Becker (2007, p.115)" as instituições escolares parecem estar organizadas a partir da convicção de que o conhecimento é transmitido, ao invés de construído. Por isso, dão especial importância a atividades de memorização e repetição, deixando pouco lugar para a atividade exploradora e criativa dos alunos."
É na interação contínua entre o sujeito e a realidade que a aprendizagem será significativa.
"O conhecimento é sempre uma construção que o sujeito realiza, partindo dos elementos de que ele dispõe."(Becker, 2007, p. 120)
Um abraço a todos e todas....
Emanuela Bernardino (Manu)

REFERÊNCIA
BECKER, Fernando; BEATRIZ, Tania. Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Mediação, 2007.

domingo, 27 de março de 2011

o papel do educador na inclusão social

"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tam pouco a sociedade muda".(PAULO FREIRE)

As escolas regulares, seguindo orientação inclusiva, constituem os meios capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos.


“As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, lingüísticas ou outras. Neste conceito devem incluir-se crianças com deficiências ou superdotadas, crianças de rua ou crianças que trabalham, crianças de populações imigradas ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais”
UNESCO, 1994
Por Educação Inclusiva se entende o processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios na aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus. Da pré-escola ao 4º grau e através dela se privilegiam os projetos da escola.
O processo de inclusão escolar requer da sociedade um novo olhar para as diferenças do indivíduo, determinando um compromisso assumido por todos, pois o ser humano possui como principal característica, a pluralidade, e não a igualdade ou a uniformidade.
Portanto, discursar sobre inclusão e escola inclusiva, supõe falar de vários aspectos que alinhavam esses conceitos, tais como, o sujeito do processo, os princípios, as políticas educacionais, entre outros.
Na escola inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade. (MRECH, 2006)

A atuação e a forma de tratamento do aluno da Escola Inclusiva é diferente na sua forma de tratamento em relação as escolas tradicionais. Uma das diretrizes elaborada para essa instituição é a de que os professores mantenham uma maior proximidade com os alunos, focando, assim, captação das suas maiores dificuldades, como por exemplo, qual o facilitador para um maior entendimento das aulas. Onde o resultado esperado é um maior nível de aprendizagem.
A Escola Inclusiva também parte do princípio que a parceria dos pais é essencial no processo de inclusão da criança na escola. Crêem também, que todas as alterações na instituição devem ser discutidas entre pais, professores, alunos e equipe técnica.
A inclusão surge no cenário educacional como uma nova perspectiva que envolve rever concepções a respeito da educação, do ensinar e do aprender. Com ela emergem vários questionamentos sobre o que fazer e como fazer. Em meio a isso, o professor, é levado a questionar-se sobre os saberes necessários para trabalhar com crianças com necessidades educacionais especiais, considerando que não dispôs de formação para tal.
Por conta disso, aprender a trabalhar com a inclusão é um desafio para os docentes e para a   Escola de modo geral, que necessitam criar meios para aprender a trabalhar com perspectiva. Assim, o professor, cuja função é ensinar, tem também a necessidade de aprender.
Aprender é adquirir conhecimentos, construir saberes que são ferramentas para desenvolver seu trabalho. O professor vai aprendendo a ensinar enfrentando cotidianamente diversas situações que lhe possibilitam construir tais ferramentas
Uma sociedade é formada por grupos de indivíduos, de classes, cultura, nações e conseqüentemente necessidades distintas, mas que aprendem a conviver com as diferenças impostas pelo meio em que vivem, portanto a convivência da classe dita “normal” e da classe dos portadores de NEE, a partir do conhecimento da dificuldade e ou necessidade de cada um, gera aprendizagem para todos os integrantes.
Dessa forma, vemos que uma postura aberta à mudança, por parte dos professores e da Escola, é fundamental dentro de uma perspectiva inclusiva. Postura essa que mostra a urgência da mudança do pensamento que pregam que somente os educadores especiais podem trabalhar com alunos com necessidades especiais. O caminho da Escola inclusiva ainda possui vários obstáculos, mas com a união de todos os envolvidos no processo, a captação da melhor estratégia para cada escola que busca a inclusão, a dificuldade poderá ser minimizada e o conceito de educação e aprendizagem unificado em todas as instituições de ensinos sejam elas, inclusivas ou especiais na sociedade.

Postado por:Alcineide José de Souza

sexta-feira, 25 de março de 2011

Acolhimento

De: Manuella  Rocha

 Uma característica fundamental para quem deseja ensinar é ter a sensibilidade de enxergar o outro, as suas particularidades, pois o que nos faz ser especial é justamente o que nos diferencia dos demais e isso muitas vezes entra em choque com o modelo de ensino presente na nossa sociedade voltado para o mercado de trabalho, com interesses políticos e capitalista, onde prega uma corrente que diz: tudo depende do esforço, ou seja, quem não consegue é culpado, preguiçoso.
 Gostei muito de uma cena do filme Como Estrelas Brilhantes na Terra, quando o professor Nikumb entregou uma folha para Ishaan  usar toda a sua imaginação e ao perceber que o aluno entregou a folha em branco teve a sensibilidade de compreender a emoção do menino, muitas pessoas pensam que uma atividade não feita significa nada, mas ela  pode significas o contrário muita dor, dificuldade em se inserir em ter a oportunidade de ser quem ele é.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Como ensinar, como aprender?

O educador objetivando  comprometimento  com a Educação questiona:  como  ensina-se e como  aprende-se? Por que pessoas têm dificuldades em aprender e os métodos,  as vezes, são falhos nessa situação?
A aprendizagem é definida pelos estudiosos como uma modificação relativamente permanente do comportamento que resulta do exercício ou da experiência vivida, (HUFFMAN, 2000). Em Educação é a aquisição e incorporação de novos conhecimentos com vistas à reutilização funcional, (TARDIF, 1997).
No entanto, não é só aprender e reproduzir. Há tantos métodos pedagógicos que tentam resolver todas as dificuldades de aprendizagem dos alunos de ordem cognitiva, como se o aprendizado fosse essencialmente cognitivo. Mas, há outros campos da aprendizagem o Emocional, da Afetividade e o Social.
Por fim, reporto-me à Paulo Freire quando dizia que antes de tudo o educador deve ser amoroso, gostar de gente e não se sentia envergonhado de ser um Educador Amoroso.
Ensinar e aprender, uma relação simbiótica.  Acolher e sentir-se acolhido.
Assinado: Alkeíres Souza

terça-feira, 22 de março de 2011

Humanização (PAULO FREIRE)

ASS: Juliana.

PAPEL DA EDUCAÇÃO NA HUMANIZAÇÃO
Paulo Freire
Não se pode encarar a educação a não ser como um que-fazer humano. Que-fazer,portanto, que ocorre no tempo e no espaço, entre os homens, uns com os outros.Disso resulta que a consideração acerca da educação como um fenômeno humano nos envia a uma análise, ainda que sumária, do homem. O que é o homem, qual a sua posição no mundo - são perguntas que temos de fazer no momento mesmo em que nos preocupamos com educação. Se essa preocupação, em si, implica nas referidas indagações - preocupações também, no fundo -, a resposta que a ela dermos encaminhará a educação para uma finalidade humanista ou não. Não pode existir uma teoria pedagógica, que implica em fins e meios da ação educativa, que
esteja isenta de um conceito de homem e de mundo. Não há, nesse sentido, uma Educação neutra. Se para uns, o homem é um ser da adaptação ao mundo -
tomando-se o mundo não apenas em sentido natural, mas estrutural, históricocultural-, sua ação educativa, seus métodos, seus objetivos, adequar-se-ão a essa concepção. Se, para outros, o homem é um ser de transformação do mundo, seu que-fazer educativo segue um outro caminho. Se o encaramos como uma “coisa”,nossa ação educativa se processa em termos mecanicistas, do que resulta uma cada vez maior domesticação do homem. Se o encaramos como pessoa, nos só que-fazer será cada vez mais libertador. Por tudo isso, nestas exposições, para que resulte clara a posição educativa que defendemos, abordamos - ainda que rapidamente - esse ponto básico: o homem como um ser no mundo com o mundo.
O próprio homem, sua “posição fundamental”, como diz Marcel, é a de um ser em situação – “situado e fechado”. Um ser articulado no tempo e no espaço, que sua consciência intencionada capta e transcende. Tão somente o homem, na verdade,entre os seres incompletos vivendo um tempo que é seu, um tempo de quefazeres,é capaz de admirar o mundo. É capaz de objetivar o inundo, de ter nesse um “não eu” constituinte do seu eu, o qual, por sua vez, o constitui como mundo de sua consciência. A possibilidade de admirar o mundo implica em estar não apenas nele, mas com ele; consiste em estar aberto ao mundo, captá-lo e compreendê-lo; é atuar de acordo com suas finalidades a fim de transformá-lo. Não é simplesmente responder a estímulos, porém algo mais: é responder a desafios. As respostas do
homem aos desafios do mundo, através das quais vai modificando esse mundo,
impregnando-o com o seu “espírito”, mais do que um puro fazer, são que-fazeres que contém inseparavelmente ação e reflexão.Porque admira o mundo e, por isso, o objetiva; porque capta e compreende a realidade e a transforma com a sua ação-reflexão, o homem e um ser da práxis.
Mais ainda: o homem é práxis e, por que assim o é, não pode se reduzir a um mero espectador da realidade, nem tão pouco a uma mera incidência da ação condutora de outros homens que o transformarão em “coisa”. Sua vocação ontológica, que ele deve tornar existência é a do sujeito que opera e transforma o mundo. Submetido a condições concretas que o transformem em objeto, o homem estará sacrificado em sua vocação fundamental. Mas, como tudo tem seu contrário, a situação concreta na qual nascem os homens-objetos também gera os homens-sujeitos. A questão que agora enfrentamos consiste em saber, na situação concreta em que milhares
de homens estejam nas condições de objetos, se aqueles que assim os transformam são realmente sujeitos. Na medida em que os que estão proibidos de ser são “seres-para-outro”, os que assim o proíbem são falsos “seres-para-si”.
Por isso, não podem ser autênticos sujeitos. Ninguém é, se proíbe que outros sejam.
Essa é uma exigência radical do homem como um ser incompleto: não poder ser, se os outros também não são. Como um ser incompleto e consciente de sua incompleticidade - o que não ocorre com os “seres em si”, os quais, também incompletos, como os animais, as árvores, não se sabem incompletos -, o homem é um ser da busca permanente. Não poderia haver homem sem busca, do mesmo modo como não haveria busca sem mundo. Homem e mundo: mundo e homem, “corpo consciente”, estão em constante interação, implicando-se mutuamente. Tão somente assim pode-se ver ambos, pode-se compreender o homem e o mundo sem distorcê-los.

ENSINAR EXIGE REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PRÁTICA

Com certeza a discussão da aula de hoje nos permitiu elucidar questões a cerca da aprendizagem e do ensino. Compreender que o ensino, de fato, não é um mero repasse de informações, nos permite refletir sobre como podemos enriquecer e significar o processo de aprendizagem do educando. E isso, nada mais é do que uma reflexão crítica sobre a prática.
Paulo Freire, no seu livro Pedagogia da Autonomia, nos traz grandes contribuições acerca desse debate. Descato alguns trechos desse livro, cuja leitura não posso deixar de indicar. Vale a pena!!!!

" É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática." (FREIRE 2009, p. 39)

" Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo" (FREIRE 2009, p. 98)

"Quando entro em uma sala de aula deve estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho - a de ensinar e não a de transferir conhecimento."(FREIRE 2009, p. 47)


Um forte abraço a todos e todas...
Emanuela Bernardino (Manu)...22/03/11

sexta-feira, 18 de março de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O QUE É O HUMANO E O QUE É HUMANIZAR -

O que é o humano? O humano é o efeito da combinação de três elementos: a materialidade do corpo, a imagem do corpo e a palavra que se inscreve no corpo.

O que diferencia o ser humano da natureza e dos animais é que seu corpo biológico é capturado desde o início numa rede de imagens e palavras, apresentadas primeiro pela mãe, depois pelos familiares e em seguida pelo social. É esse banho de imagem e de linguagem que vai moldando o desenvolvimento do corpo biológico, transformando-o num ser humano, com um estilo de funcionamento e modo de ser singulares.

O fato de sermos dotados de linguagem torna possível para nós a construção de redes de significados, que compartilhamos em maior ou menor medida com nossos semelhantes e que nos dão uma certa identidade cultural. Em função da dinâmica de combinação desses três elementos, somos capazes de transformar imagens em obras de arte, palavras em poesia e literatura e sons em fala e música, ignorância em saber e ciência. Somos capazes de produzir cultura e a partir dela, intervir e modificar a natureza.

Entretanto, acontece que a palavra pode fracassar e onde a palavra fracassa somos capazes também das maiores barbaridades. A destrutividade faz parte do humano e a história testemunha a que ponto somos capazes de chegar. O homem se torna lobo do homem. Passamos a utilizar tudo quanto sabemos em nome de destruir aos humanos que consideramos diferentes de nós e por isso mesmo achamos que constituem uma ameaça a ser eliminada. Essa destrutividade pode se manifestar em muitos níveis e intensidades, indo desde um não olhar no rosto e dar bom dia, até o ato de violência mais cruel e mortífero.

Então, o que é humanizar? Entendido assim, humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética. Ou seja, o sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer no corpo, para serem humanizadas, precisam tanto que as palavras com que o sujeito as expressa sejam reconhecidas pelo outro, quanto esse sujeito precisa ouvir do outro palavras de seu reconhecimento. Pela linguagem fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro, sem o que nos desumanizamos reciprocamente.

Isto é, sem comunicação não há humanização. A humanização depende de nossa capacidade de falar e ouvir, pois as coisas do mundo só se tornam humanas quando passam pelo diálogo com nossos semelhantes.

Autoria:Jaime Betts



Postado por: Benilaura Alves Pereira.

Espero que este primeiro poste seja o primeiro de vários que virão, aos poucos vamos nos reconhecendo por este meio novo e interessante, nos tornando mais cúmplices e mais unidos neste caminho que estamos trilhando em conjunto.

Sucesso para Nós!